Há exatamente três anos eu passei por um dos maiores obstáculos vividos até o momento, a traição. Perdi o chão. Quatro anos de histórias e sentimentos que se perderam em um único dia. Em uma única mensagem. Pensei que não fosse superar. Escrevi e pedi novas páginas em branco para reescrever a minha história. Deus me ouviu. Eu cresci e amadureci. Compreendi que pessoas erram. Errei. Trezentos e sessenta e cinco dias se passaram, até que eu amei novamente. Tive medo. Me entreguei. Depois de tantos dias lutando contra o sentimento que morava em mim eu me permiti amar e abri o meu coração. Escrevi para compreender que o amor em mim renascia. Amei. Vivemos muitas histórias, cantamos, sorrimos, viajamos e pensamos que seria eterno. Acabou. Acabou quando novamente uma mensagem nos derrubou. Meu coração congelou. Me decepcionei. Pensei que não fosse superar. A decepção era tão amarga que me consumia. Eu congelei. As palavras não eram suficientes para transbordar a tristeza que em mim existia. Eu me culpei. Me culpei por trabalhar muito, por ir para a faculdade, por estar com os meus amigos. Me culpei por algo que não era a minha culpa. Perdoei. Entre brigas e decepções, meu coração pensou estar amando outra vez, mas não era amor. Era dependência. Logo eu, tão dona de mim, me vi presa ao sentimento que eu mais admirava, o amor. Como eu não vi que não era amor? E como eu pensei que o amor me prenderia? Logo eu, tão consciente de tudo. E o amor se transformou em caos. Perdi o desejo de amar. Já não acreditava que seria possível abrir o meu coração outra vez. Logo eu, que sempre me entreguei por completo. Histórias eternizadas em meu coração, tristeza ao lembrar que seriam apenas histórias. Cresci. Caminhei sozinha, outra vez. Compreendi que o amor se faz de inúmeras formas em nossas vidas e que eu era privilegiada com um amor imenso. Amor de família, amor de amizade. Amei. Agradeci. Quão grata sou! Eu me perdoei. No tempo encontrei força. Aprendi que outros trezentos e sessenta e cinco dias virão e que eu amarei novamente. Não é o fim. Não precisa ser. Pessoas, são apenas pessoas. Algumas tão rasas que não se humanizam. São apenas pessoas, sobrevivendo. E eu quero viver. Quero ser amada e quero amar. Quero acreditar no amor e descongelar. Escrevi. Cheguei até aqui. Ainda com muito aprendizado pela frente, mas com a certeza de que estou no caminho certo. Acreditando em mim e nos meus sentimentos, sendo forte e corajosa para enfrentar todas as pessoas rasas que cruzarem o meu caminho. Serei eu, buscando sempre a minha melhor versão. E serei completa, por mais que tentem me esvaziar. Há exatamente três anos eu cresci, me fortaleci e aprendi que tristeza faz parte. Tristeza faz arte. E hoje eu agradeço pela sabedoria que todos esses momentos me proporcionaram e por eu me fortalecer e evoluir todos os dias.